segunda-feira, 9 de setembro de 2019

41º Congresso MEM

Há alguns anos fui contaminada com um vírus ou uma bactéria do qual nunca mais me consegui libertar. E essa contaminação leva - me muitas vezes a sentir - me "um bicho estranho " na forma como penso na educação, como organizo o meu ambiente educativo e estou com as crianças que as famílias me confiam diariamente. Ser portadora deste "vírus" dá trabalho mas acima de tudo causa inquietações constantes que não me permitem parar de pensar naquilo que por aqui ando a fazer ... ( por vezes era bom parar ). Quando muitos "bichos estranhos " se juntam num congresso com centenas de seus semelhantes, com as mesmas inquietações, dúvidas e vontade de refletir, o resultado são 3 dias de partilhas incríveis, onde ouvimos tanto, aprendemos tanto , ficamos imensamente gratas aqueles que, contaminados há mais tempo e com um percurso maior, partilham connosco as suas experiências com uma energia e entusiasmo contagiantes e nos fazem querer continuar a mudar , a aceitar desafios e a querer trazer para dentro das nossas salas tudo aquilo que acabamos de ouvir. E é de louvar a humildade como se assume que erramos muito ao longo do percurso , que crescemos com os nossos erros e que só se aprende partilhando. Eu fui " um bicho estranho " que mudava de sala para assistir ao relato de práticas que me parecia mais direccionado para as minhas grandes questões e ficava com pena de não poder ir a outro em simultâneo. Eu fui " o bicho estranho" que colocou questões sem qualquer pudor porque tinha a certeza que nenhum olhar inquisidor iria cair sobre a minha questão mais ou menos verde . Porque o caminho faz-se ali, verdadeiramente , sem julgamentos , com uma partilha tão autêntica como não reconheço em qualquer outro contexto. E ouvi questões de tantos outros seres como eu , com as mesmas perguntas, com outras que eu já coloquei e fui vendo respondidas ao longo deste meu ainda curto percurso. Eu fui o "bichos estranhos " que como tantos outros que por ali andavam, perdi dois dias de férias para estar ali ( mas ganhei tanto, tanto ... Que dias tão bem "perdidos "!) E inevitavelmente acabamos por reconhecer caras de outros encontros, olhar os rostos que dão nome a tantos textos que vamos lendo ao longo da nossa jornada e que em tanto influenciam o nosso caminho . E entre a multidão encontrei novamente um rosto que me é muito querido não só porque sem qualquer dúvida influenciou muito a minha forma de pensar e de estar em sala como foi a pessoa que não me deixou cair num momento muito difícil da minha prática - Cristina Aragão . Grata a todos " os bichos estranhos " que falam a mesma língua que eu e aqueles que tanto admito e por quem nutro o desejo secreto de um dia também ser assim .... Um bicho estranho 41° congresso movimento da escola moderna

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